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quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Relato sobre fim do semestre 2017/1 - Práticas Educacionais

Em todas as reuniões de construção da oficina, senti vontade de aplica-la e também receio do que poderia ser desencadeado em mim e nos outros participantes. O processo de concepção não foi facil, pois decidimos colher relatos de violência sofridas na UFES, por estudantes de psicologia, sendo muito desses alunos, meus amigos. Eu não conhecia alguns desses episódios. Ao refletir sobre como esses relatos me afetaram, fiquei ainda mais preocupada com a maneira que minha turma receberia eles. 

Bem, senti meu corpo cansado em todos os momentos da oficina. Foi gradativo. A cada fase da oficina meu cansaço aumentava. Eu fui absorvendo todas as energias de meus colegas de turma, em especial de duas meninas que choraram durante toda a oficina. Não me senti mal por ta aplicando a oficina, e sim por perceber o quando nossa turma está adoecida pelos ditos e não ditos, pelo medo, pela insegurança. 

Minha oficina trabalhou a ideia de aprisionamento e liberdade, e eu pude sentir com muita intensidade o quanto meu corpo esta aprisionado de diversas maneiras à Universidade. No fim da oficina, resolvi fazer um relato. Disse coisas que ha tempos eu estava sentido, ao dize-las pude experimentar uma liberdade. Foi um vomito de dor. 

Contudo, não me senti tão bem ao ponto de novamente passar por processos semelhantes a esses. Por esse e outros motivos, optei por não participar das outras disciplinas. Descobri que ainda não tenho corpo saudável o suficiente para sustentar momentos como aqueles. Mas, admito que eles são importantes. Que aquela oficina foi importante para mim. Assim como outros momentos parecidos com aquele. E, mesmo não conseguindo participar de outras oficinas, fico contente em saber que elas estão acontecendo. Pensar a oficina como método avaliativo me potencializa enquanto futura professora, pois expande a concepção que tenho sobre como avaliar de maneira ética. A oficina me fez questionar até mesmo se "avaliação" seria a melhor palavra a ser usada. Márcia, obrigada  pela disciplina. Com você aprendi a sobreviver às desterritorializações. Agora, sou terra árida sendo re-hidratada pelos bons afetos que estão sendo produzidos em mim, ao me lembrar de momentos especiais vividos durante a disciplina de Práticas Educacionais. 
Carinhos, de Castiel. 

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